A aprendizagem no seu todo encarada como acção educativa, tem como finalidade ajudar a desenvolver nos indivíduos as capacidades que os tornem capazes de estabelecer uma relação pessoal com o meio em que vivem (físico e humano), servindo-se para este efeito, das suas estruturas sensório-motoras, cognitivas, afectivas e linguísticas.
A aprendizagem está inevitavelmente ligada à História do Homem, à sua construção enquanto ser social com capacidade de adaptação a novas situações. Desde sempre se ensinou e aprendeu, de forma mais ou menos elaborada e organizada, já antes do início deste século existiam explicações para a aprendizagem, mas o seu estudo está intimamente ligado ao desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência. Contudo, este estudo não se processou de forma uniforme e concordante.
O estudo da aprendizagem centrou-se em aspectos diferentes, de acordo com as diversas correntes da Psicologia, e com as diferentes perspectivas que cada uma defendia.
Destas teorias as que adquiriram maior relevo foram:
As comportamentalistas (behavioristas)
A aprendizagem é vista como a aquisição de comportamentos expressos, através de relações mais ou menos mecânicas entre um estímulo e uma resposta, sendo o sujeito relativamente passivo neste processo;
Princípios Psicopedagógicos
- Definir com maior exactidão possível os objectivos finais da aprendizagem;
- Análise cuidada da estrutura das tarefas, de modo a determinar os objectivos do percurso;
- Apresentação da matéria em sequências curtas de forma a permitir um melhor condicionamento do sujeito, conduzindo-o através de experiências positivas de aprendizagem;
- Apresentar estímulos capazes de suscitar as reacções adequadas às aprendizagens desejadas;
- Reforçar as reacções desejadas;
- Proporcionar o conhecimento dos resultados da aprendizagem como forma de retroalimentação do processo;
- Recompensar, retirar a recompensa ou punir, em função da relação entre o comportamento expresso e a aprendizagem desejada;
- Exercitar os comportamentos aprendidos.
Técnicas de Ensino
- Exercícios de repetição;
- Ensino individualizado, tipo programado;
- Demonstrações para imitação;
- Memorização.
As cognitivistas
A aprendizagem é entendida como um processo dinâmico de codificação, processamento e recodificação da informação. O estudo da aprendizagem centra-se nos processos cognitivos que permitem estas operações e nas condições contextuais que as facilitam. O indivíduo é visto como um ser que interage com o meio e é graças a essa interacção que aprende;
Princípios Psicopedagógicos
- Motivação, motivar o sujeito para aprendizagem, relacionando as suas necessidades pessoais com os objectivos da própria aprendizagem;
- Valorização da experiência anterior, reconhecer que a estrutura cognitiva do sujeito depende da sua visão do mundo e das suas experiências anteriores;
- Estratégias de ensino adaptadas ao nível de desenvolvimento dos sujeitos;
- Relacionar o novo com o adquirido, ajudar os sujeitos a relacionar conhecimentos e habilidades novos com conhecimentos e habilidades anteriormente adquiridos;
- Valorização da compreensão em detrimento da memorização;
- Fornecer informações, indicar factos, fornecer pistas que facilitem a compreensão, organização e retenção dos conhecimentos;
- Valorizar a prática, a experimentação de novos conhecimentos, não equacionar a prática como repetição, mas concebê-la como uma série de tentativas sucessivas e variadas, que facilitem a transferência de habilidades e conhecimentos para novas situações;
- Sistematização: iniciar cada unidade de ensino apresentando conjuntos significativos e descer gradualmente ao pormenor.
Técnicas de Ensino
- Ensino pela descoberta;
- Apresentação dos objectivos;
- Questionários orientados para a compreensão;
- Esquemas;
- Debates;
- Discussões;
- Estudo de casos.
As humanistas
A aprendizagem baseia-se essencialmente no carácter único e pessoal do sujeito que aprende, em função das suas experiências únicas e pessoais. O sujeito que aprende tem um papel activo neste processo, mas a aprendizagem é vista muitas vezes como algo espontâneo.
Princípios Psicopedagógicos
- A preocupação central não deve ser com o ensino, mas sim com a aprendizagem numa perspectiva de desenvolvimento da pessoa humana;
- Centrar a aprendizagem no sujeito e nas suas necessidades, na sua vontade e nos seus sentimentos;
- Desenvolver no indivíduo a responsabilidade pela auto-aprendizagem e incutir-lhe o espírito de auto-avaliação;
- Centrar a aprendizagem em actividades e experiências significativas para o educando;
- Desenvolver no seio do grupo relações interpessoais baseadas na empatia;
- Ensinar também a sentir e não apenas a pensar;
- Ensinar a aprender;
- Criar no seio do grupo uma atmosfera emocional positiva, que ajude o educando a integrar novas experiências e novas ideias;
- Promover a aprendizagem activa, orientada para processos de descoberta, autónomos e reflectidos.
Técnicas de Ensino
- Ensino individualizado;
- Discussões;
- Debates;
- Painéis;
- Simulações;
- Jogos de Papéis;
- Resolução de Problemas.
Estas diferentes perspectivas sobre a aprendizagem conduziram a diferentes abordagens e conceitos. No entanto, estas diferenças não devem ser encaradas como um problema, mas antes como uma vantagem, já que possibilita uma visão mais abrangente, não reduzindo a explicação da diversidade deste processo a uma única teoria.
Actualmente a aprendizagem é vista como um processo dinâmico e activo, em que os indivíduos não são simples receptores passivos, mas sim processadores activos da informação. Todos os indivíduos à sua maneira e tendo em conta as suas características pessoais são capazes de “aprender a aprender”, isto é, capazes de encontrar respostas para situações ou problemas, quer mobilizando conhecimentos de experiências anteriores em situações idênticas, quer projectando no futuro uma “ideia” ou “solução” que temos no presente, interagimos com os estímulos (situações e problemas) de uma forma pessoal.
Actualmente a aprendizagem é vista como um processo dinâmico e activo, em que os indivíduos não são simples receptores passivos, mas sim processadores activos da informação. Todos os indivíduos à sua maneira e tendo em conta as suas características pessoais são capazes de “aprender a aprender”, isto é, capazes de encontrar respostas para situações ou problemas, quer mobilizando conhecimentos de experiências anteriores em situações idênticas, quer projectando no futuro uma “ideia” ou “solução” que temos no presente, interagimos com os estímulos (situações e problemas) de uma forma pessoal.
Teorias da Aprendizagem e as TIC
A utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em contexto educativo constitui uma mais-valia para a eficácia e eficiência da intervenção pedagógica à luz das mudanças impostas pela evolução da sociedade, e da sua verdadeira integração na sociedade do conhecimento. Numa perspectiva holística, a evolução das teorias de aprendizagem, contempla três valências fulcrais e integradas: a evolução das próprias teorias de aprendizagem, a evolução das metodologias, e a evolução tecnológica. O aparecimento do computador, ou mais precisamente, a possibilidade da sua utilização em termos massivos e o uso da Internet como ferramenta de construção do conhecimento, deram lugar a novas teorias resultantes das suas potencialidades ao nível do processo de ensino e aprendizagem. A tecnologia começou a ser equacionada ao nível do seu papel educativo como ferramenta tecnológica versus ferramenta cognitiva. O maior reflexo desta evolução, das próprias teorias, associadas à evolução tecnológica, mais concretamente, das aplicações multimédia, traduz-se em processos cada vez mais centrados no aluno, sendo este quem selecciona o caminho da sua aprendizagem. Contudo, não se pode negligenciar o papel igualmente activo do professor, como autor e facilitador dos materiais que disponibiliza aos seus alunos.
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